Dica de leitura: A Teoria de tudo


Autora: Jane Hawking
Editora: Única Editora
ISBN: 9788567028514
Ano: 2014 
Páginas: 448
Classificação:  (Muito bom)  
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Livraria Cultura 

Para resenhar o livro A Teoria de Tudo, convidei uma amiga e escritora que admiro muito. Lira Dicetaro é estudante de Jornalismo, apaixonada por livros, toca piano, é uma escritora tímida, mas acima de tudo uma pessoa maravilhosa para se ter na vida. Lira é colunista no blog Hambúrguer Nerd, e fiz o convite para ela compartilhar com vocês o que achou da obra. Espero que gostem e se sintam motivados a ler o livro, assim como eu me senti. 

Camila Mabeloop

“O sentido da vida”

  Publicada no Brasil no ano de 2014, a biografia romantizada de um dos maiores físicos de nossa geração, A Teoria de Tudo retrata a vida de Stephen Hawking a partir de seu relacionamento com sua primeira esposa, Jane Wilde e as adversidades que ambos enfrentaram devido à doença degenerativa que o afetou intensamente desde sua juventude, concedendo a obra o tom denso e compreensivelmente complexo de sua história.

   Revelando a equidistância entre a teoria e a prática, a vida do casal modifica-se conforme os anos e os avanços da doença contra a qual Stephen e Jane com engajamento lutam diariamente, sem perspectivas futuras, sempre em função dum agora que com o tempo torna-se cada vez mais excruciante para a harmonia de seu relacionamento.

  A Teoria de Tudo, com o poder dos relatos quase confidenciais de Jane, narra e elucida o humano por trás de cada ser apresentado com riqueza de detalhes; do genial Stephen Hawking, revelando em seu decorrer o amor pela física, por sua família e por sua vida.

  O personagem principal não são os Hawking, mas sim, o amor. 


“Entre a genialidade e o amor”
Por Lira Dicetaro

  A honestidade de Jane Wilde é visível em cada palavra, assim como sua constante busca por si mesma. Além de abordar acontecimentos desagradáveis tanto para si quanto para sua família, partilha com o leitor uma vida entremeada pela genialidade e o amor, que superiores a qualquer obstáculo, delineiam desabafos conscientes, dividindo não somente os dourados momentos em seu enlace vividos, mas também os acontecimentos tristes e muitas vezes tão pesados que quase anteciparam seu futuro divórcio.

  Após mais de duas décadas de cuidados, consciente da doença de seu esposo – esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada no auge de seus 21 anos -, Jane amou e ama Stephen, que superou a toda e qualquer expectativa de seus médicos quanto a sua sobrevivência conjuntamente com a perseverança de sua amada. O único problema que vai evidenciando-se durante o enredo é o desvanecimento de seu amor próprio enfrentado perante as profusas negações de Hawking quanto a sua doença que transformou sua rotina num constante desafio, tomando todo tempo possível dedicado a sua quase escassa pesquisa quanto às Línguas Românicas, ou até mesmo aos seus filhos, o que durante o passar dos anos seria reconquistado com a aparição de Jonathan, seu futuro esposo. Sua perspectiva na obra é engrandecedora, visto que passamos a ver as pessoas que os rodearam durante sua jornada e os apoiaram de modo muito mais próximo e intimista, assim como os acontecimentos que marcaram suas vidas.
  Acompanhar a evolução de sua história desde o mais breve encontro e cruzar de olhares, até o posterior relacionamento extraconjugal de ambos e as repercussões midiáticas enfrentadas, por mais que romanescamente, permite a qualquer leitor a descoberta de grande parte da humana história por trás de Stephen Hawking – visto que erroneamente muitos deslumbrados perante sua genialidade, sendo ele um renomado físico e autor de grandes sucessos como “Uma breve história do tempo”, o julgam intocável e perfeito.
  Aqui vislumbramos um Stephen igualmente encantador, porém teimoso, irreverente e inconsequente, muito adverso do adaptado para os cinemas no recente ano de 2014 que mesmo digno de ovação e merecidamente recebendo prêmios e indicações por suas belas atuações, o Stephen de Eddie Redmayne é brincalhão e irônico, com toques adoráveis de uma rebeldia eternamente juvenil, uma imagem estereotipada por sua fama, acompanhada por uma excelente direção e fotografia. Lá a profundidade das questões existenciais de Stephen não é tangida e brevemente acompanhamos, em suas possibilidades de tempo, o conturbado relacionamento do casal.
  Uma trajetória tocante e próxima do leitor. Universal.  Narrada sob um singular olhar, apresentando vinte e cinco anos de união, seus três filhos, amigos, familiares, e a física, com a qual igualmente ela viveu por todo este tempo, aprendeu a admirar e a compreender, viabilizando muitos dos conhecimentos teóricos de Stephen em sua dramatizada biografia, aos quais confessa, recorreu a densas pesquisas e ajuda de amigos, embevecendo-nos com as tentativas dele de explicar o sentido da vida através da cosmologia – sua irônica religião - , assim como o modo dela de compreendê-la, representado por sua capacidade de amar e superar a todos os limites em nome daqueles que ama.
  Esta é a segunda biografia publicada sobre sua história, sendo a primeira intitulada “A História de Stephen Hawking”, produzida para a TV britânica e contando com a interpretação de Benedict Cumberbatch. A segunda, o já referenciado filme de 2014, inspirado tanto nesta obra quanto em “Travelling to Infinity” (Viajando ao infinito), da mesma autora,  contando com o já citado Eddie Redmayne como um simpático e imperioso Stephen Hawking, e Felicity Jones como a doce e forte Jane Hawking, dignos sendo de seu sucesso e repercussão, apesar da infidelidade da adaptação a esta detalhada e envolvente obra, que por mostrar-se tão palpável e realista, rascunha um Stephen Hawking, felizmente, muito mais vívido por ser amado e amar, do que perfeito por sua prodigiosidade.
 Possivelmente podemos apenas reconhecer a perfeição em nós mesmos quando o amor é exaltado por sua unicidade indescritível, transformadora e superior a qualquer outra.
Somos, desta forma, perfeitos por amar.
*Classifiquei a obra com quatro estrelas devido a tradução do livro que contém erros de concordância e coerência. Somente por questão técnica e de compreensão, pois o conteúdo é magnífico.
Gostaram? Alguém aí já leu? 

Comentários

  1. Preciso MUITO ler esse livro. Eu assisti o filme a alguns dias atrás e chorei horrores, a história, que eu achei que seria entediante com tanta física, me surpreendeu com a verdade de sentimentos e conquistas que Jane e Stephen conseguiram alcançar juntos. O livro deve ter ainda mais riqueza de detalhes e com essa sua resenha maravilhosa, fiquei com ainda mais vontade de ler ♥ Beijos!

    http://chuvadejujubas.blogspot.com.br/

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  2. Já assisti o filme e achei lindo.

    http://alinesecretplace.blogspot.com.br/

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  3. Assisti o filme e achei lindo, agora estou louca para ler o livro <3

    http://horasfrias.blogspot.com.br/

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  4. O livro é excelente. O filme é ainda melhor! Sensacional!!! Atuações geniais, Eddie Redmayne mereceu o Oscar e todas as suas premiações.

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