Meu Imortal
Não parar, esse era o meu lema. A
velocidade e o vento traziam esse sentimento único, como se todos os meus
problemas nunca tivessem existido, mera
ilusão, pois no fundo, eu sabia que tudo isso era momentâneo! Quando eu
pisasse o freio, tudo viria à tona. Todas as minhas preocupações voltariam, por
isso resistia ao máximo para não parar.
Nesse momento, eu estava imersa
em minhas próprias lembranças emaranhadas em sentimentos de tristeza, culpa e
saudosismo. No meio delas, encontrei uma em especial do meu amado vô, calmo,
como sempre foi. O tipo de pessoa que deixava sua felicidade de lado e fazia de
tudo para arrancar dos outros um sorriso. Normalmente, eu sempre pegava o seu
carro escondido, para minhas preciosas fugidas de realidade, mas ele
simplesmente ignorava, era como se não estivesse quebrando nenhuma regra.
O senhor de barba branca sabia
que correr me fazia feliz e, para ele, isso bastava. Só que agora esse
altruísmo constante me irritava, porque ele simplesmente deixava de cuidar de
si próprio. E, droga, o resultado disso, não afetava apenas ele.
Estava escuro, fazia algum tempo
que eu estava parada em frente de casa, porque quando cheguei ali o céu ainda
estava claro. Eu simplesmente estava presa nas minhas angustias, não conseguia
sair para encarar realidade, ela machucava. Ficar dentro do carro continuava a
ser uma melhor opção do que enfrentar o mundo de frente.
Só que infelizmente, algo dentro
de mim sabia que mais cedo ou mais tarde teria que sair e a luz da sala acesa,
me indicava que esse era o momento.
- Isabela! Graças a deus que você
está bem! – aquela voz preocupada, revirou meu estomago, e acendeu minha ira.
Minha vontade era de gritar – Não é comigo que tem que ficar preocupada-, mas
me segurei, não queria magoá-lo ainda mais. Ele era alto, olhos claros e cabelo
grisalho, aparentava ter um 60 anos. Já dava para perceber seus anos de vida em
sua expressão, mas quem o via, não diria que aquele velho jovem teria apenas
alguns meses de vida, como foi dito mais cedo por seu médico.
- Isabela, não faça isso novamente. – o ouvi
novamente.
A porta estava aberta e o espaço
que nos separava era quase nada. Quem me viu naquela situação, ficou surpreso
da minha capacidade de estar em pé. Eu estava branca, igual um giz. Mas, eu não
poderia mais adiar aquela situação.
- Vô – minha voz saiu tremida e
quando vi estava nos braços do meu porto seguro. Já não tentava segurar as
lagrimas. Meu desejo era ficar ali, para sempre. Para mim, não importava o que
outros queriam, eu queria apenas meu vô para sempre comigo. Imortal.
Que lindooo :c Adorei, adorei, adorei; certas pessoas deveriam, realmente, serem eternas. <3
ResponderExcluirhttp://listadasnuvens.blogspot.com/
É uma pena que elas não são né? "/
ExcluirFico feliz por ter gostado do texto!
Nossa, não sei o que eu tenho mas meu olhos estão soando :p
ResponderExcluirhttp://blog.meus15desejos.com.br/
kkkkkkk
ExcluirPorque será? Confesso que até eu quase sempre choro lendo esse texto.
Você escreve maravilhosamente bem, quase choro aqui. Se por acaso você ver esse texto indicado em um blog, fui eu hehe.
ResponderExcluirhttp://mdiariosecreto.blogspot.com.br/
Obrigada Thereza :D
ExcluirBeijos
Tem um olho nas minhas lágrimas :')
ResponderExcluirestantedorefugio.blogspot.com
hahaha
ExcluirEsse é um dos meus textos que eu mais choro lendo.
Beijinhos